La Valentine
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Sem palavras bonitas
Quando foi que as pessoas esqueceram que eu também tenho vida? Se elas se tornam tão irresponsáveis a ponto de fazerem merda na vida DELAS, eu tenho que consertar? Não. Pois ninguém me ajuda quando eu preciso. Quer dizer, poucas são as pessoas que pelo menos me ouvem. Bom, eu também as ouço.
Estou me sentindo uma merda, em um monte de merda, numa merda maior ainda.
Estou me sentindo sufocada, quero gritar, parar, respirar, me acalmar. Caramba, as pessoas não param pra pensar que você também tem uma porra de vida?
É incrível como todos passam por você, como você passa por todos, e em um mesmo ônibus existem tantas almas vazias. Eu não lembro quando foi a última vez que eu me senti "eu". Mesmo que de uma forma boa ou ruim. Sinto-me vazia, automática, robotizada. Há meses.
Como se eu estivesse me afogando. Como se eu soubesse que estou em afogando, mas não tivesse sentido.
Isso.
sábado, 17 de maio de 2014
Ponto Final
Como pode o infinito ter fim?
Como pode todos os momentos
Inesquecíveis
Ficarem guardados na memória
E nunca mais serem vivenciados novamente?
Isso deveria ser um crime
Deveria ser crime desistir
Desistir de todas as coisas que poderiam ser vividas
Desistir de todos os sorrisos lançados
E de todas as
Lágrimas
Derrubadas
Você não quer sofrer? Deixe de viver
Tudo o que é bom demais é proporcional ao sofrimento
Mas se você não quer arriscar
Não quer cair
Levantar
E tudo de novo
Deixe de viver
Você não pode saber se algo não dará certo se não tentou
Você não pode saber se será um fracassou se não tentou ser um sucesso
Você nunca saberá se algo dará certo se não tentar
Mas se você simplesmente quer se poupar de algo que nem sabe se vai precisar se poupar
Use de uma vez o ponto final.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Insensibilidade
Como conseguimos não nos dar conta de toda a perfeição em nossa volta? Claro, refiro-me à Natureza.
As pessoas passam, caminham, e nem reparam em toda riqueza a sua volta. Oh, claro, aquelas que moram em lugares onde há a possibilidade disso. Pois em muitos as nossas árvores foram substituídas por prédios.
Aquelas que moram em lugares que ainda não foram totalmente substituídos pelo acinzentado triste, não dão valor.
O som das águas. As árvores acolhedoras. A calma. A brisa. Os raios solares.
Não paramos sequer um minuto para sentir a calma nos invadir. Sentir o que de fato está aí para ser sentido.
Quando foi a última vez que você deixou ser tocado pela brisa? A última vez que seus pés tocaram a terra? A última vez que deixou-se levar pelo borbulhar das águas... A última vez que deixou-se viajar nas chamas de uma vela acesa?
Parecem coisas simples demais para fazer a diferença. Parecem fáceis demais para ter algum efeito sobre nós.
Mas ultimamente não estamos sabendo cuidar de nós mesmos. Pois quem cuida é o Estado. Você, eu, todos nós somos propriedades do Estado. A moda dita o que você deve usar. As outras pessoas reforçam isso ao rirem de você. Você trabalha incansavelmente em troca de algum dinheiro que gastará em coisas inúteis, que fizeram você acreditar que precisam delas.
Isso e uma série de fatores que nos transformam em robôs desprovidos de sentimentos, de sensibilidade, de opinião. Até quando você vai se deixar ficar preso nessas algemas imaginárias? Pois o primeiro passo para você se libertar disso é se conscientizando.
Mas de nada adiantará se você se acomodar.
E a Natureza me acalma, eu só posso dizer isso. A Natureza me alimenta, me da abrigo.
A Natureza nunca estará lá. Ela sempre estará aqui. Ao nosso redor. Dentro de nós.
Eu sinto agonia ao ver tantas pessoas passarem pelo processo de robotização.